Selena: Show em Montreal

Arte ou entretenimento?





Essa é uma questão válida quando se trata de artistas como Selena Gomez & The Scene que subiram ao palco no domingo no Bell Centre. Gomez, 19, encontrou a fama como estrela do seriado do Disney Channel, Os Feiticeiros de Waverly Place. Logo depois, a atriz ingressou no mundo dos filmes, música e fashion, como Hilary Duff e Miley Cyrus, tamanha a diversidade dela, que seu logo deveria ser um polvo folheando uma revista.


O que diferencia Gomez das outras é que ela não se apresenta solo, mas sim como a mulher de uma banda de eletropop. Em três álbuns desde 2009, Selena Gomez & The Scene mostraram músicas animadas, vivas, que são imperceptíveis próximas aos sons indie-pop que ocupam o cenário musical no momento. Sim, essas são músicas escritas por uma equipe, mas o fato que elas foram escritas em um escritório ao invés de algum loft no Brookyln, faz com que elas sejam menos importantes? Bom, provavelmente. Mas tente dizer isso a uma plateia de 14.269 adolescente do Bell Centre. Assim que Gomez subiu ao palco, o local veio ao show com os gritos. E depois disso, dificilmente pararam, pois a banda manteve a energia.


A música de abertura foi A Year Without Rain, do CD de 2010, que iniciou a setlist dando exemplo do que estava por vir, baladas pop com uma influência techno, e um pouco dançantes. Hit The Lightsveio em seguida, que tem um vibe meio “Gaga”, Round and Round foi divertida e dançante.


Depois veio Love You Like a Love Song, do cd When The Sun Goes Down, uma música tão viciante que nos lembra um filme dos anos 50. Um refrão simples, diferente do que alguém esperaria no começo da música.


É claro, isso tudo deve ser posto dentro do contesto. Havia dançarinos, trocas de figurino, discursos motivacionais e as backing vocals. E todos em fantasias de Halloween (dois vampiros e o que parecia ser alguém do Metalocalypse derretendo), guitarrista Ethan Roberts, baixista Joey Clement, baterista Greg Garman e tecladista Dane Forrest não pareciam interessados em dividir o brilho.


Teve também mais algumas músicas, não tão importante. A vibração rock em Middle of Nowhere e My Dilemma pareciam forçadas. E músicas mais diretas como Falling Down, primeiro single da banda, para fechar, Magic, que pode aparecer facilmente no CD e várias princesas da Disney.


Mas se era arte, entretenimento ou algo entre os dois, em todos os momentos Selena Gomez & The Scene estavam conectados com o público. E é difícil questionar isso.


O show foi aberto pela sensação do YouTube, Christina Grimmie, que cantou pouco, mas impressionou com seu vocal em algumas cover e outras originais. Seguida pelo canadense, Shawn Desman.